segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

My live style

Fazer o que os outros gostariam que eu fizesse, ou agir como pensam que eu deveia agir, tornaria tudo mais fácil. Baixar a cabeça e obedecer ordens é mais fácil que se dispor à revolução. Mas aí eu não estaria vivendo a minha vida.

Agradeço os conselhos, pego a mochila e sigo em frente: vou sofrer, vou ter perdas. Vou me endividar. Vou amar e não ser correspondida. Vou me gripar e quem sabe acabar com uma pneumonia.

Eu preciso passar por tudo isso. E sigo em frente, sabendo que não haverá arrependimento algum.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu quero sal.

Medíocre não é aquela pessoa que é de todo ruim ou do mal. Medíocre é aquele está sempre beirando a mesmice, que não consegue ser bom ou ótimo em nada, nunca se joga de cabeça em um sonho, mas também nunca se atém demais. O medíocre não consegue irritar as pessoas pois geralmente nem é percebido. Ele comparece mas ninguém o vê. Ele bebe mas não toma trago. Ele trabalha mas não é promovido. Ele só vai aonde os outros vão, não tem vontade própria, não é criativo, não tem idéias. Ele não inova. O medíocre gosta de muitas coisas mas não se dedica a nada. Não termina um livro nem vê um filme até o final. Ele não é pontual, mas não se atrasa a ponto de levar sermão do chefe. Ele não ama nada de paixão mas também não é capaz de odiar.

Enfim, medíocre é aquele que transa mas não tem orgasmos. E dessa mesmice anorgásmica e insossa quero distância. Um 2011 longe da mediocridade...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Caminho num...

...labrinto que tem passagens por todos os lados, e sempre escolho o caminho que me parece mais atraente. E acabo me perdendo mais ainda.
Esse labirinto não tem fim, não tem entrada ou saia, e muito menos um centro. É um labirinto complexo e confuso e quanto mais a gente tenta compreender mais bizarro ele se mostra. O que parecia um traço reto, se transforma na parte mais tortuosa do caminho. O que parecia o trajeto mais longo, quando vê já se foi e já estamos procurando um novo rumo a seguir.
E esse labirinto nada mais é do que a vida.
Tão confusa, complexa, maravilhosa.
Se assim não fosse, não teria graça.
E que venham próximas escolhas, proximas jornadas. No amor, na vida profissional, na diversão. Que venha mais muita vida.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Gay

Acho todo tipo de preconceito abominável. A homofobia é um dos preconceitos mais inseridos em nossa cultura. Desde comentários de mal gosto que todos nós proferimos diariamente sobre gays até as piadas que esculacham e humilham as 'bibas', em nossa sociedade é comum denegrirmos e rebaixarmos os homossexuais. Assim como em relação racismo, a vida me ensinou a pegar nojo da homofobia, e toda e qualquer manifestação anti-gay por si só já me irrita e muito. Mas fico abismada ao ver futuros profissionais da saúde com esse tipo de pensamento. Alguém que escolheu medicina (enfermagem, psicologia...) deve (em tese) ter paixão pelo ser humano. Deve ser alguém que zela pela saúde e bem estar do próximo, uma pessoa que acima de tudo AMA o próximo. Aceita as características, que não julga pela sua cor da pele ou opção sexual. O paciente pode ser bandido, prostituta, político... no momento que for nosso paciente não deve haver julgamento, e o indivíduo deve ser tatado como outro paciente qualquer. Por isso que não entra na minha cabeça como um estudante de medicina pode ser tão homofóbico a ponto de sugerir que pacientes gays recebam tratamento errôneo. Nesses momentos eu penso: quem sabe não chega o dia em que o vestibular caia fora, e exista, então, uma forma de avalaiar as características que realmente importam para um bom médico: caráter, respeito e amor ao próximo.

Hoje

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir

Hoje eu preciso te abraçar...
Sentir teu cheiro de roupa limpa...
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz!

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua!
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria...
Em estar vivo.

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar...
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia...
Que eu faço tudo errado sempre, sempre.

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Chorando

Hoje foi um dia de recordar coisas ruins. Conversando com uma amiga, resolvi contar algumas das desventuras amorosas pelas quais já havia passado. É claro que, já que algumas estórias precisavam ser censuradas, escolhi contar aquelas que mais me derrubaram. E nesse hall de contos configuram dois episódios únicos: Lembrei da vez que fiquei mais de 1 ano apaixonada por um gay enrustido (e como descrobri isso de forma totalmente absurda) e da vez que levei dois chifres do mesmo cara. O primeiro episódio arrastado, dolorido. O segundo, um soco no estômago. Mas que desceu redondo como uma Skol e pouco deixou marcas. E agora estou lembrando da verdadeira dor amorosa que senti. O dia que perdi meu grande amor.
E estou tao triste por motivos acadêmicos que percebo, pela primeira vez, que sofrimento, tristeza é tudo igual. Não importa se é a perda de um verdadeiro amor, se é saudade, dor de cotovelo, ou se é um fracasso na vida profissional. Dói igual: vem um aperto no o peito, as lágrimas caem involuntariamente e o cérebro nada faz além de recordar, repetitivamente, o mesmo tema.
E se serve pra me consolar, penso que se já superei tantas dores, sei que não vai ser dessa vez que serei vencida. Se a vida não é fácil pra ninguém, porque pra mim seria??
Seco as lágrimas e sigo em frente: não posso estar inchada amanhã, um novo dia.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um momento um tanto quanto peculiar

Realmente. Um dia caímos na real que as coisas que tem valor de verdade tomam conta da gente, e paramos de nos preocupar com besteiras mundanas (coisas como 'perdi o show do Paul').

E na correria (ou no ócio) pré formatura eu desejo nunca mais ter que passar por isso. Pensar em vestido em cima da hora, convite que desconfigura e não posso mandar imprimir, detalhes da festa, organizar a missa (quem mandou entrar na comissão???) são só alguns dos estresses inerentes a esse período.

Período que devia, na verdade, ser isento de tudo isso. Não é.

Para me acalmar fico sonhando como será se tudo der certo. Olho meu currículo, acredito nele.

E tento acreditar que um dia vou pular de alegria e pensar 'sim, deu tudo certo....'

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Homem primata

A culpa é proporcional a pressão.

Quanto mais nos pressionam e nos obrigam a sermos belas, saradas, magras e bem cuidadas, mais a gente sente mal estar por termos gazeado a academia, por comermos aquele pedaço de torta de chocolate ou por deixarmos as unhas para depois de amanhã.

Quanto mais a sociedade nos obriga a sermos produtivas, inteligentes, atualizadas, mais a gente se cobra e se sente mal por não estudarmos tanto quanto poderíamos, não nos dedicarmos ao trabalho, estudo, tanto quanto deveríamos.

Afinal, fica a pergunta se a culpa é proporcional às cobranças.

Será que é por causa da culpa que malhamos, que fechamos a boca, que estudamos ou trabalhamos direito?

E é certo?

Não seria melhor se a gente se dedicasse aos esportes porque praticá-los é prazeroso?

Se estudássemos porque gostamos de absorver conhecimento?

Se trabalhássemos mais porque compreendemos que a nossa produtividade poderá levar a sociedade a avançar?

Será que isso nada tem a ver com os altos índices de depressão que permeiam nossa sociedade? Ou com o fato da síndrome de burnout ser a terceira maior causa de afastamento de trabalho no ano de 2009?

Esse é o mundo que queremos?

Podemos fazer algo para mudá-lo? Melhorá-lo?

Ou, como sempre, vamos baixar a cabeça e nos adequar a essa sociedade egoísta, individualista e selvagem?

Um novo passo, uma nova vida.

Cansei de tudo.

Sim, essas coisas do passado me cansam tanto que eu não tenho mais saco.
Orkut, facebook, twitter.
Conversas no msn.
Eu perdi a vontade de tudo isso.

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"Me mato pra não morrer".

Como diz a música: me mato.
Sonho com o amanhã, com dia 14 de novembro.
Fim da morte e início da vida.
Chega logo, chega!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Show da vida

Eu estava bem chateada. Não havia ido no show do Paul.
Sim, foram por motivos financeiros. Mas devo confirmar que se houvesse me empenhado talvez conseguisse emprestado um trocado pra ir. Mas não fui.
Até que me dei conta: faltam 5 dias pra eu fazer uma prova que vai definir meu futuro.
Falta 1 mês e pouco pra eu me formar em um curso que preencheu 6 anos de minha vida.

Eu tenho que me dedicar, isso que importa.

Ficar triste porque perdi um show? Que besteira, tem coisas bem mais importantes nessa vida.

Como a prova, que vem aí semana que vem.
E que venha bem.

sábado, 6 de novembro de 2010

Família

Nunca ninguém falou que viver ia ser fácil.
Não é.
A vida é com uma corrida de obstáculos. A gente não pode parar de correr nunca senão é desclassificado, e o tempo todo tem uma barreira que nos exige um esforço ainda maior que o habitual para seguir na disputa.
Por alguns obstáculos até podemos desviar, mas pela grande maioria somos obrigados a passar, e mesmo que a gente o derrube vez ou outra, precisamos dar a volta na pista e passar, de novo, pelo mesmo obstáculo.
E que barra.
Enchendo os olhos de lágrimas parece que as forças se renovam.
E eu sigo adiante até que consiga, de uma vez por todas, passar por essa barreira e consiga viver sem mais esse problema em minha vida.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como uma onda no mar

Que doidera. Na vida a gente tem certeza de muitas coisas. Ou acha que tem certeza.
De repente vem uma onda gigante (sim, um tsunami!) e muda tudo de lugar. Fica aquela sensação de... ué por tanto tempo acreditei naquilo e agora descubro que não é mais verdade?

Pois é, amei um rapaz por 4 anos e um dia me dei conta que não queria mais.
Quis arquitetura e sonhei em estilizar casas... acabei médica.
Comprei um violão e uma guitarra e achei que meu lazer seria sempre a música: vi que tocar instrumentos definitivamente não é pra mim.
E eu acreditei por tanto tempo que tinha certeza do que eu gostava, de aonde queria estar, fazendo que tipo de coisas... e acreditar que eu tinha certeza do que queria me consolava e me deixava tão bem comigo mesma.

No fundo eu estava me enganando. Um dia acordei desse sonho inventado e descobri a verdade:
Não gosto disso ou daquilo. Nem quero estar aqui ou lá.
Gosto somente de viver e ser feliz. Seja aonde for, com quem for.
E ser cada vez mais e mais feliz.
E às mudanças... agora sim, espero sempre de braços abertos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tempo na minha cabeça

O tempo insiste em não passar. Que estranho. Há tão poucos dias entrei pela primeira vez em uma sala de aula cheia de microscópios. Estava atrasada, como sempre, e não consegui assimilar uma palavra sequer que aquela linda e novata professora de microbiologia proferia, com seu sotaque pra lá de americanizado.

E como se realmente fosse ontem, eu lembro de tudo. Do medo – e que medo. Medo do inglês, das provas, de não me adaptar, de me perder ou mesmo de perder a oportunidade.

Mas o tempo passou. Lutei contra os medos e os venci, um a um. Deixei para trás a angústia, as dúvidas e a insegurança, e a cada dia descobri uma nova paixão, um novo sonho. E o tempo voou.

E agora, de repente, o tempo volta a se arrastar. Já sei, é ele de novo: o medo. E como eu queria ter facilidade para lidar com tantas perdas de uma vez só, tanta insegurança e tanto medo.

Mas dessa vez, apesar das dúvidas e conflitos inerentes a esse processo, sei que é diferente. Eu estou preparada. Se sinto saudade: é só nostalgia. Não quero voltar ao passado, quero viver o futuro. E pra isso, hoje, tudo que quero é que o tempo volte a passar depressa e me surpreenda, novamente, com alegrias e realizações.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não sou eu quem me navega

Se a gente tivesse o poder de dominar os sentimentos, será que a vida teria graça?
A gente escolhe com quem se relaciona, aonde gostamos de ir, que amizades cultivamos etc. Ou será que na verdade são apenas consequências daquilo que acreditamos, e da forma que vivemos?
Eu não consigo mandar na minha vida, é estranho mas ela que manda em mim. Eu penso coisas que, ás vezes, nem gostaria de pensar.
Ansiosa, amante, sonhadora. Irritada, cansada, triste. Tantas coisas que passam pela cabeça diariamente, algumas vezes me dão força, outras me fazem hesitar.
O pior é que acho que nada teria graça se eu conseguisse mandar na minha vida e nos meus pensamentos. Não me apaixonaria pelas pessoas improváveis, não trocaria uma noite de estudos por uma aventura no beira rio, e não sonharia acordada com um futuro que nem sei como será. Pode até parecer bom, mas não é. A alegria da vida é viver, e meu modo de viver é assim, deixando o mar me navegar.

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Linda, com seus cabelos demodê e seu vestido retrô. Ansiosa, taquilálica, divertida, entusiasmada. Ela pára, fala com um qualquer que está passando, pede desconto. E vai atrás de mais uma cerveja. Pedir fogo pro motorista do carro ao lado, enquanto para na sinaleira, pode parecer estranho. Pra ela não é. Ela é assim. Sua magia encanta, sua alegria contagia, sua beleza apaixona. Por esses, por mais mil motivos, faz meu coração bater mais forte e me deixa sem palavras. E quando volto, sempre quero mais. Muito, muito mais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vida

Acordo desorientada. Não, eu não dormi, penso. Na verdade só pisquei. Lembro de relance de acordar no meio da noite com os gritos do vizinho, mas nem lembro o que motivou a briga. Tomo leite e como pão integral com requeijão. Enquanto olho os emails boto a água pra ferver e tomo uma ritalina. Penso se um cigarro ia melhorar a situação, não sei. Eu sei que queria voltar pra cama e dormir mais 2h. Mas tento e não consigo. São 9 horas, eu preciso estudar, penso de novo. E pra não acabar surtando ou enlouquecendo resolvo parara de pensar. Fecho o pc, pego o café, abro a janela. E que venha mais 5 semanas de estudo. Se vou passar não sei, mas sei que ficarei com a sensação de missão cumprida.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A vida continua, sempre.

- Eu queria aproximar voçês. Ele disse.
- Ás vezes, a gente precisa se afastar de certas pessoas. E não se aproximar. Respondi, triste.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O que quero pra sempre

É bem estranho ficar sem internet ou sem celular. E fico imaginando como conseguíamos combinar encontros sem um tal de orkut, msn. Como conseguíamos nos achar no shopping ou na redenção sem o celular. O ser humano era adaptado a viver muito bem sem isso. Hoje não vive mais. Não sabe mais viver mais sem carro, TV ou shopping center.

E quando ganha alguma coisa, deixa de lado outra. Deixamos pra trás os bons momentos ao lado de amigos, sentados na grama e ouvindo violão. Os momentos sem fazer nada, falando besteira e rindo a toa, com as pessoas que mais gostamos.

E quando esquecemos, por alguns segundos, que existe internet, tv, celular e essa porra toda, e conseguimos nos entregar novamente a tão bons momentos ao lado dos que gostamos: como é bom, como é bom! Um domingo ressacoso e inesquecível. Mais um.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Capital do Inferno

Sexta!! - Escreveu uma colega no face.
Pena que a gente tá em porto alegre...e não tem nadaaa pra fazer ! - completou uma outra, que não conheço.

Eu quis me meter: Como assim, não tem nada pra fazer??
Tem tanta coisa que eu quero fazer: cinemas, porto alegre em cena, shows de todo tipo, bares, amigos, cervejas.
E eu aqui em casa... estudando. Quero o mundo que me aguarda. Lá fora.

Em Porto Alegre ou em qualquer lugar, quem sabe viver sempre acha o que fazer.

Ps: Mas que esse tempo tá um inferno, hei de convir ;)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O nosso amor a gente inventa.

Sua sorte do dia (24 set)
-Privado
A melhor maneira de prever o futuro é inventar

Hello Strange.

É estranho.
Estudar pra uma prova que eu nem sei se eu quero fazer.
Acreditar num futuro melhor sabendo que de melhor vai ser quase nada.
E querer que chegue dezembro mesmo consciente do buraco em que vou me enfiar.

Estranho é ser um boi, que acompanha a boiada sem pensar.

Que vive sem sofrer e que casa sem amar.

Eu quero casa mas não quero casar.

Só quero coragem e força de vontade pra lutar pelo que quero de verdade.


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O consumismo de cada um

Em meio a essa febre capitalista que estou vivendo – de acessar diariamente sites promocionais como Peixe Urbano e afins – me deparei com um utensílio um tanto quanto bizarro. Um embaralhador de cartas pela bagatela de 23 reais. É sério, barato mesmo. 23 reais por uma máquina super moderna que embaralha as cartas!

Aí fiquei pensando... quem diabos compra um embaralhador de cartas! Qual a graça de jogar cartas se nem embaralhar mais a gente embaralha?

Pois é, as pessoas são diferentes mesmo. É incrível, mas tem gente que gosta de ir em boate 5 estrelas pra fazer social pros colegas de faculdade. Ou pra tentar achar um marido. Tem gente de todo tipo que a gente nem imagina, tem até aqueles que compram um ebaralhador de cartas só porque tá na promoção.

No fundo eles sabem, nunca vai sair da gaveta.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eu não devia ter saído da cama.

O coração estava acelerado e o tempo não passava. Apesar de estar andando a 80km por hora, parecia que o ônibus se arrastava. Cada sinal vermelho, uma aflição. Cada amarelo, que ele acelerava e passava na loucura, um suspiro de alívio. E quando chegue lá e a encontei, enfim uma alegria.
Mas eu já devia ter suspeitado que nada podia ser tão bom quanto parecia. Ou quanto eu gostaria. E sair batendo a porta sem despedidas pode parecer coisa de criança. Mas na verdade não é. É só uma forma de desabafar pro mundo a dor que carrego comigo.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Como pode uma ferida cicatrizada
Doer tanto após 4 anos
Isso vai contra a fisiologia!
Ou será que tinha, na cicatriz
Mais colágeno que fibrina?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A casa do lado

Conheço cada nuace de sua voz grossa e rouca. O timbre, mais alto do que eu gostaria. Um convívio péssimo com sua mãe, que eventuamente o visita. Não sei se ele vem usando drogas, ou se seu comprtamento sempre foi assim: beirando o anti-social. Quando ela chega, com um rancho e supermercado, ele esculacha.

- Se eu quisesse nissim, comprava. Diz ele. Eu preciso é de dinheiro. Sai daqui, sai daqui.

Pude conhecer, também, a forma maldosa que tratava a Silvia, namorada. De vagabunda para baixo, não faltaram adjetivos para qualificá-la.

Ela não queria mais ele, esse era o problema. Mas eu entendia perfeitamente o porque.

Seu dia a dia é no computador, quieto, até que chegue alguém para tirar seu sono. Até que venha alguém lembrar de sua vida de raiva e inutilidade.

E quando isso acontece o bairro inteiro já sabe do que se trata.

Nunca vi seu rosto mas conheço como se fosse um amigo. Ou um inimigo.

E com um vizinho assim não preciso mais de problemas.

sábado, 11 de setembro de 2010

99

Felicidade nada mais é do que perceber que alcançamos aquilo que almejávamos por esforço próprio. Perceber que deu certo.
E hoje faltam 99 dias, e estou conseguindo fazer aquilo que me propus.
E estou, enfim, muito feliz.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Meu primeiro amor

O amor veio cedo demais.
Matou a sede pueril, saciou a alma insaciável, tornou plena a rotina.
E eu gozei do mais intenso viver. E dediquei me a tal amor, sabendo a dádiva que era experimentá-lo.
E sempre amei com tal intensidade que sabia quão difícil seria revive-lo. E fui feliz.
E um dia, passado tempo após findado o romance, tentei acreditar que na verdade eu viveria, com outro alguém, em outro momento, sentimento semelhante.
Tentei sonhar que aquele passado tão distante um dia voltaria a ser realidade.

E hoje vejo como fui inocente.

Perdi a juventude, o amor, e a esperança.
E junto, perdi até, a inocência.



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Só a noite.

Solidão não estar só. Tampouco estar só no meio de umonte de gente, como diz o ditado.
Solidão é uma tristeza, um aperto no peito, que vem acompanhada da falta de alguém.
Falta de um familiar que apoie, falta de um ex namorado, falta de amigos. Falta de alguma companhia qualquer que faça com que nossa cabeça não pense.
Porque quando pensamos nos damos conta do vazio inerente à existência humana. Percebemos que somos solitários desde o momento que nascemos até o momento em que morremos. A vida é unicamente nossa, quem pagará pelos erros será somente nós próprios.
E existe coisa que mais propicia a solidão do que ficar em casa sábado a noite, sozinha?
Eu penso em tanta coisa que não acompanho mais a mente, eu ás vezes me engasgo e me entristeço, e procuro coisas que me façam parar de pensar.
Não, eu só paro quando durmo. E é exatamente o que farei agora.

Texto escrito em 28/08/2010, às 21h.

sábado, 21 de agosto de 2010

Estranho mundo de may

De onde vem essa paixão louca
Que nem sei mais por quem
Essa ânsia de viver cada vida como se fosse a única, exclusiva
De tantas vidas que vivo a cada dia
De onde vem o desejo amargurado de um sonho
Que já confunde a fantasia com a magia
E com a realidade tão pouco vivida
Passa hora e dia, e só fica agonia
Perdi a paixão, a alegria, a fantasia
E me vejo perdida, outra vez nessa vida

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Eu tô cocô.

Essa expressão define em parte o que estou sentindo nesse momento.

Não chego a estar triste ou deprimida, tão pouco estou apática ou irritada. Não tou nervosa nem ansiosa. Estou simplesmente cocô.

Acho que a interpretação de estar cocô varia confore a subjetividade e a experiência de cada um. Não há como negar que, para uma criança de 3 anos, estar cocô significa que existem escrementos fétidos em suas fraldas. Não é exatamente o caso.

Estou cansada da vida insossa, tou achando tudo um saco, tou vendo como as coisas sempre dão errado quando se trata da minha vida amorosa. Tou negativa, sim. Tou semi-triste, sim. Com o corpo cansado, com a mente exausta. Tou desgastada de procurar a emoção e não perceber nada melhor que um nada.

Nada define estar cocô. Isso mesmo, a palavra nada.

Estou nada.

E de nada a nada, espero que venha o tudo. E que acabe com o cocô para sempre.



terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sonho

Eu tenho inveja do orkut dos casais apaixonados.
Tenho inveja de quem tem companhia pra ir comer founde nos dias frios.
Tenho inveja de quem sabe com quem quer passar o resto da vida.
Eu tenho saudade de dizer eu te amo e sentir o amor no peito.
Saudade de abraçar apertado e não querer desgrudar nunca mais.
Saudade de ter ao meu lado um futuro marido, pai dos meus filhos.
Eu queria acreditar num futuro de amor e paixão.
Queria que o coração acelerasse só de pensar em alguém.
Queria sonhar que encontraria outro grande amor.

Mas eu perdi o encanto, acordei bruxa depois de uma vida de cinderela.
E pra mim, amor casamento e afins, nunca mais.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fuga

Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita

Tem que saber qu eu quero é correr mundo, correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Solidão que nada

Não me deixe só
Eu tenho medo do escuro

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eu quero sempre mais.

A vantagem de ser mulher é poder sempre colocar a culpa de tudo na famosa TPM. Mesmo que seja início, meio ou fim do ciclo menstrual.
No fundo a gente sabe que a nossa irritação tem uma outra causa bem mais profunda que uma simples variação hormonal.
Somos insatisfeitas com a vida, com o mundo, queremos sempre mais.
Mais sexos com orgamos, mais roupas, sapatos, corpo mais magro, homens mais lindos. Mais festas com as amigas, mais filmes, cinemas, jantares, mais momentos.
Queremos um príncipe, com suas medeichas argentinas e seu jeito don juan, que nos jogue numa cama e nos faça esquecer cada segundo do dia. Mas que não perca seu encanto quando o Sol nascer.
Não queremos qualquer emprego, tem que ser o melhor. E as festas, as mais longas. Os drinks, os mais saborosos, as viagens, as mais plenas.
E assim sonhamos e procuramos aquilo que nem nós sabemos direito o que é. Se uma nova paixão, um novo trabalho, uma nova cidade... Nem sei, não importa. Mesmo que um dia achemos aquilo que tanto queríamos, logo logo perderá seu valor.
E aí sairemos novamente a procura da felicidade perdida.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

confessionário

“Confesso, acordei achando tudo indiferente
Verdade, acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final.”

vida II

Eu não aceito o diferente. Não entendo.

Pra mim, quem pensa diferente está tomando a decisão errada.
Mas não sou intransigente. É que o erro ás vezes é óbvio. Ao meu ver pelo menos. Enquanto que, para outros, erro é pensar como eu penso.
Complicado né?

Não, na verdade eu aceito o diferente. Sou obrigada aceitar. Mas não concordo, e não vou ser conivente. Vou até o fim tentando convencer que minha opinião é a melhor. Afinal, até pode ser que não existam certos e errados quando se trata de escolhas. Mas, de fato, existem escolhas melhores. Melhores para todos, até para as vidas que ainda estão por vir.


domingo, 1 de agosto de 2010

vida.

Eu não entendi o que tu quis dizer quando disse que me amava
Eu não quis entender
Eu quis jogar fora a foto que guardei
Eu quis rasgar a carta antiga
E apagar do celular o telefone

E quis sair correndo sem olhar pra trás.

Mas tu me prendeu com tuas correntes
Abusou de minha alma
E penetrou em meu corpo

O que não entendia, na verdade
Era que tu estava em mim
E mesmo que eu quisesse
Já nem adiantava mais fugir


segunda-feira, 26 de julho de 2010

O fim de mais um amor de novela

Amor entre homem e mulher tem data de validade. Uma data que varia conforme cada casal se permite. Mas o amor sempre, invariavelmente, acaba.
Ás vezes, por ironia do destino ou por pura sorte do acaso, o fim se dá depois da vida. Muito ás vezes, veja bem.
O que acontece é que esse tipo de amor tão único, extenuante, ciumento, perde o fôlego. Ele chega num clímax, mas depois cansa em si próprio, e quando deixa a arte obscena da criatividade de lado, fica só a rotina. A mesma coisa enjôa, e o ser humano enjoado busca algo mais. Daí vem a insatifação. Assim como feijão com arroz enche o prato mas não satisfaz o paladar. Chega uma hora que papai e mamãe enche o saco, encontrar a mesma pessoa com o mesmo pijama, enche o saco mais ainda. Tudo fica cansativo e repetitivo e daí para o fim, não tem mais volta.
O que impressiona é que nunca estamos preparados para o fim do amor. Ele, que motiva as novelas das seis, sete e oito, que é tema dos melhores filmes hollywodianos, que é cantado nas músicas de rock, sertanejo e pagode. Ele, que é universal, que é almejado por todos. Porque nunca ninguém nos preparou? Porque nunca nos falaram que o amor não era, enfim, eterno???
A verdade é que no fundo não gostamos de assumir essa realidade. Afinal, poucas coisas são tão dolorosas quanto o fim do amor verdadeiro.


Mas como dizia o bom poeta

'Que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure'.



domingo, 25 de julho de 2010

O bar com banheiro unissex

Quando nasci, o obstetra gritou na sala de parto:
- É menina!
E daí em diante se traçou um caminho um tanto quanto comum. Me escolheram um nome femino, pintaram meu quarto de liláz e adquiriram uma certa quantia de vestidos que tinham mais bordados do que o T5 tem de passageiros em dia de passe livre.
Os presentes, nas datas comemorativas, não variavam muito. Ou bonecas, ou panelinhas e pratinhos. Como de praxe, me inscreveram na ginástica rítmica, nas aulas de piano e, por sorte e com ajuda do divino, me deixaram fora do balé.
Na pré-adolescência não mudou muito. Ainda lembro da primeira maquiagem e do primeiro salto alto. Lembro do sutiã que tanto sonhei, mesmo que sabia que não tinha o mínimo de peito necessário pra conseguir usar um. E, como esperado, veio também a tentativa de educação para a moral e os bons costumes.
- Namorar só depois da faculdade, diziam.
E mesmo assim, na adolescência deram força para a minha primeira paixão. Podia não ser perfeito, mas era melhor que muita coisa – pensavam.
E desde sempre fui menina, usei rosa, me olhei no espelho, me amei.
E hoje, aos 23 anos, pela primeira vez, sinto que não preciso mais 'ser mulher, feminina, dócil como toda mulher deve ser'. Me dei conta que posso ser simplesmente eu mesma, com meu jeito, minhas características. E isso reforça que no fundo somos todos seres humanos, temos um lado feminino e um masculino, e amamos, sentimos e vivemos independentemente do sexo ou da cor da roupa preferida. Homens ou mulheres, somos todos iguais.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

O médico doente ou Cada merda que a vida apronta

Complicado é o paradoxo. Pela manhã uma menina linda morrendo, os cuidados intensivos, a tristeza, a sensação de impotência.
A tarde vem um qualquer, que de jaleco se diz médico. Mal olha no rosto, não pergunta nem conversa. E solta um diagnóstico besta como se não fosse nada. Pra mim é, sou eu que estou doente. Não dou a mínima se ele vê essa doença todos dias, se ele sabe tudo sobre sua fisiopatologia. Eu exijo empatia, respeito, esclarecimentos.
Ele não é melhor que eu, então porque se eu dou a atenção devida aos meus pacientes, se eu atendo a todos como se não houvesse amanhã e como se houvesse tempo para todas suas dúvidas, porque comigo precisa ser diferente?

E eu tentei afogar as mágoas com milkshake, comprando uma manta, deitada na cama quente com o aqueçedor ligado. E a dor não passou e não sei se vai passar tão cedo.
Tenho certeza que, se pelo menos eu estivesse longe, tudo seria mais fácil. Mais dia, menos dia, estarei curada, estarei longe e estarei feliz.
E pelo menos saberei que, sempre que alguém pegar doença, baixar hospital ou morrer, eu farei o máximo para minimizar a dor. Afinal, se é ruim ficar doente, pior ainda é sentir-se só e desamparado.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vivo

Quando chega a hora de dormir passou mais um dia.
Um dia a menos de vida.
Um dia a menos de diversão, risada, alegria.
Um dia a menos de irritação, tristeza, agonia.
Tudo depende do ângulo, obtuso ou obsceno.
Eu sinto falta do tempo que perco com sono.
Eu sinto falta do tempo em que amava um moço.
E sinto falta do amanhã, que não chega tão cedo.
Mas para que chegue, o mais rápido possível.
Eu finjo que amo a vida que vivo.
E se me dou conta, já amo, já gozo, não finjo.
E vivo outro dia, de tesão, de alegria.




sexta-feira, 16 de julho de 2010

2

- Tu gosta de psiquiatria ou psicanálise?
- Eu gosto dos dois – respondi.

E assim foi uma das tantas confissões que fiz à ele naquela viagem. E não sei porque, essa não sai da minha cabeça.

- Eu poderia te resumir em algumas palavras... 'Eu gosto dos dois.' Completou.

E agora, 6 meses depois, já não sei mais se gosto dos dois ou se não gosto de nenhum. Tudo que acreditava, mudou de lugar. Tudo que gostava já não é mais igual. E eu sinto que preciso me decidir, que essa dúvida já não tem espaço. Definitivamente, gostar dos dois não dá mais.


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Futuro

Hoje acordei às 7 em ponto, comi um pão integral e tomei meu Nescau.
Em 10 minutos já estava de roupa, olhando os e-mails. Tudo como sempre.

Até que tive um insight:
Estou me formando e não faço a mínima idéia do que quero pra minha vida.
Não mínima noção do que quero fazer ano que vem.
E pior, não faço a mínima do que quero fazer pra sempre.

E assim passei o dia.
Peguei o ônibus, trabalhei, voltei, comi.
E depois do almoço, dormi um sono pesado.

Eu fiz tudo como sempre, mas pensando como nunca, no que quero, enfim, fazer da minha vida.

domingo, 4 de julho de 2010

C'est lá vie

Você sabe, as pessoas vêm com uma visão tão romantizada do termo apaixonada.
Eu nao sei aonde os limites começam e terminam.
Você...Você simplesmente sabe?
A luxúria é fácil para mim.
O amor é difícil.

sábado, 3 de julho de 2010

Bizarrices do dia 02 de julho

Tomo1
Aveida do Forte, 14h

Estávamos, eu e minha velha, caminhando por uma grande avenida. Nisso, fecha o sinal e diversos carros se acumulam na rua esperando a sinaleira abrir. De repente, de dentro de um carro um negão se põe janela a fora e começa a gritar em alto e bom som, e num ritmo absurdamente compassado:
“Uh que delícia hein
Uh que delícia hein
Uh que delícia hein
Uh que delícia hein”
Gargalhadas e vergonha. Muita vergonha.

Tomo 2
Banco do Brasil, 15h

- Oi, eu gostaria de entrar no banco pra fazer um saque.
- Porque tu não usa o caixa eletrônico?
- Porque eu perdi meu cartão.
- E essa é a tua agência?
- Não.
- Então tu tem que ir sacar na tua agência.
- Eu quero sacar aqui.
- Aqui não pode, tu tem que ir sacar na tua agência.
- Como assim não pode?
- Quando tu tiver o teu cartão, tu vem sacar no caixa eletrônico. Sem cartão não pode.
- Mas eu já fiz isso outras vezes.
- Mas não pode.
- Como não pode? Eu saquei ontem dinheiro aqui.
- Hãn?
- Ontem eu vim aqui e saquei dinheiro.
- Mas não pode.
- Então a regra mudou de um dia pro outro.
- Não mudou regra nenhuma.
- Como não, se ONTEM eu saquei dinheiro?
- Tu sacou dinheiro aqui ontem?
- Sim.
- Então vou te dar uma senha, tu espera até tua vez de ser atendida, mas tu vai ver que tu não vai conseguir sacar.
- Ok.
E saí do banco com 100 reais no bolso. E muita raiva.

Tomo 3
Avenida Cristóvão, 21h

Azarada como sempre, perdi o bus. Com uma lata de ceva na mão fiquei na parada esperando o próximo bus que, devido a hora que já era, deveria demorar uns 15 ou 20 min. Me aparece um mendigão e pede um 'traguinho'. Deixo a lata de ceva com ele, e, quando vê, o cara me tasca um beijo no rosto assim de sopetão. Eu, chocada.
Tu é muito linda, moça. Diz ele. E eu ok ok.
Ele se vai e eu, envergonhada de novo, com um sorriso no rosto, me vou para mais uma noite de sexta-feira.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ás vezes...

… eu queria ser normal.

Gostar das músicas da moda, vestir as roupas da estação. Queria sair no jornal Kazuka e achar o máximo, frequentar a Farms e pegar uns playboys, e me maquiar todo santo dia.
E usar salto como se fosse chinelo, ir no shopping como se fosse praça, ouvir sertanejo como se fosse rock.
Queria ler Caras como se fosse o romance, ver Avatar como se fosse Almodovar, tomar refri como se fosse cerveja.
E queria odiar andar de ônibus, ter medo da noite, das pessoas. Queria ter nojo de cerveja, cigarro, xis gordo.
Queria gostar de cara sarado, amar academia, adorar desfilar no Parcão.
E queria acabar com toda essa confusão.

Se eu fosse normal, tudo seria mais fácil.
Mas acho que nada teria graça.




domingo, 27 de junho de 2010

Domingo II

Só faltou a batata frita ou a polenta.
Porque estou com uma vontade tremenda de comer algo gordo, de preferência pingando a banha.
Domingo, o dia do ócio, da lamuriação (isso existe?), da ressaca e da solidão.
Disso, não restou nada.
E parece que de repente tudo virou da cabeça pro ar.
Porque afinal de contas hoje é domingo e nem de ressaca estou, nem me sentindo só nem nada.
Estou adorando meu dia a dia, sonhando com um amanhã promissor, empenhada em escrever um artigo sobre um tema que adoro.
E me divertindo ao lado dos amigos mais especiais que podia conhecer depois de velha.

Não, não preciso de nada mais.

E hoje, mesmo sem a fritura que tanto desejo, vou dormir feliz.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quotidiano

Foi quando, ouvindo a Voz do Brasil, descobri que o inverno tinha enfim chegado, que entendi o porque de tanto frio. Seis graus pela manhã. Seis.
E eu congelei. Pensei em Floripa, no calor que lá fez e como eu queria ainda estar lá.
E pensei no nordeste, e no sonho repentino de me mudar pra lá.
Quem sabe... se vou me livrar desse frio?
Só o futuro dirá.



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Se existe uma coisa que me deixa triste, muito triste, é a sensação de que tudo está dando errado.
Tipo aquele dia que depois de 12h de trabalho a gente perde o ônibus, pega o maior trânsito da vida, se trasa pro denstista (que nega o atendimento por causa do atraso), na volta pra casa percebe que a chave de casa sumiu e tem que
chamar o chaveiro pra poder enfm descançar as pernas.
Não, isso não aconteceu hoje, mas foi quase. E ás vezes parece que comigo tudo insiste sempre em acontecer da forma mais complicada.
E eu tendo descomplicar, mas a vida, sinistra e complexa, me complica.
Fazer o que, se entendê-la é impossível?
Depois de algumas lágrimas, só resta aceitá-la.


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Pra rir um pouco...


domingo, 13 de junho de 2010

A verdade.

A culpa é da Disney! Ou seja, do capitalismo!
De qualquer forma, nada de frustração no dia de ontem. Apesar de eu achar que gosto sempre das pessoas erradas, tô nem aí pra solidão. Tô mais é feliz assim =]


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Rock'n Roll

Acho impressionante a forma como somos capazes de atrair aquilo que almejamos.
Sim, eu acredito na teoria do 'Segredo'.
Tá, olhando assim pode até parecer que estou falando de superstição, mundo astral e afins, mas não é bem isso.

É uma simples constatação baseada em experiências próprias.

E agora, de tanto pensar em sair dessa solidão e dessa vida insossa, um sábado diferente, divertido e empolgante.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mais um 12 de junho

O que mais sinto falta é acordar ao lado de alguém.
Divagar sobre política num fim de tarde de domingo.
E rir as cassetadas do faustão.
Sinto falta dos sexos, carícias e afagos. Abraços.
Sinto falta da companhia, das bebedeiras divertidas.

Não sinto falta dele.
Sinto falta de alguém pra preencher o vazio que ele deixou quando se foi.

domingo, 30 de maio de 2010

Aprendendo a voar

Espero ansiosa o dia em que entrarei pela primeira vez em um supermercado para comprar massa, creme de leite, óleo, sal, farinha de trigo e pão de forma. O dia em que irei até o Bourbon mais próximo escolher a cor dos pratos que usarei para visitas, o formato dos copos de vinho, cerveja, suco, refri. O dia em que pegarei uma vassoura, um espanador, e limparei A MINHA casa.
Espero, com fome, o dia em que chegarei exausta após 24h de trabalho e encontrarei tudo exatamente como deixei, sem precisar responder a ninguém 'como foi o plantão'. Anseio o momento em que, antes de uma festa, poderei chamar os amigos para tomar umas, colocar música no volume máximo e falar as merdas mais variadas possíveis.
Sonho, como uma criança, com esse dia. Sabendo das dificuldade que TODOS fizeram questão, sempre, de frisar. E, se terei que lavar minha própria roupa, se serei a responsável pela comida, se em alguns momentos sentirei uma solidão tão absurda que desejarei voltar ao seio materno: terei sempre a consciência que isso nada mais é do que uma parte da vida que escolhi pra mim e que dificuldades nada mais são do que estímulos para nos tornarmos pessoas melhores.
E parece que enfim está se aproximando aquilo que tanto sonhei desde os 14 anos. Em alguns meses, se tudo der certo, estarei pronta para voar do ninho. E como um pássaro, voarei para onde os melhores ventos me levarem. Sem olhar para trás...

Vida: Ciclo sem fim

Pessoas previsíveis me irritam. Mas, nada consegue ser pior que uma pessoa que erra sempre da mesma forma, sistematicamente, previsivelmente.
O ser humano, com o dom do raciocínio, deve – em tese – aprender com os erros. Esforçar-se a não repetí-los. Afinal, como diz o ditado, errar é humano, persistir no erro é burrice.
Mas, no fim das contas, deve haver uma explicação psicanalítica pra atitudes repetitivas e autodestrutivas. Que tentem, ao menos, justificar a causa disso tudo. Se Freud explica ou não, nem sei. Sei só que hoje, mais uma vez, houve uma decepção. Apesar de previsível e imaginável, como uma criança boba e infantil, me decepciono mais uma vez com o erro dos outros. A mim resta fechar os olhos, implorar que um ser superior me abençoe com paciência e mais paciência e, principalmente, me voltar aos livros e estudar como uma nerd.
Não, não repetirei os erros da outra geração.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ahlegria?

Uma cerveja amarga me faz desconfiar
Que a vida, quem sabe, não seja tão bela
Como um dia nos fizeram crer que seria


Mas a cerveja amarga ameniza
Traveste a dor do dia a dia
E a tristeza da alma, enrustida
Esvai-se em mais um gole de alegria

terça-feira, 18 de maio de 2010

Algo mais

Quero um ganesh tatuado na coxa
Quero um amor jovial, que me faça escrever milhares eu te amo's em um caderno velho
Uma melhor amiga, que me ligue incessantemente perguntando porque ainda não me acordei se já são 9 horas da manhã
Quero viajar de carona até o nordeste e lá encontrar as mais belas praias
E conhecer as mais belas pessoas
Quero momentos, companhias, magias
Que me façam sentir que vale a pena mais um dia de agonia
Mais um dia de vida


domingo, 16 de maio de 2010

O começo do fim ou o fim do começo.

Tanto faz, na verdade é a mesma coisa. É uma transição. Ao mesmo tempo que uma parte fica pra trás, termina, outra está só começando. Um mundo todo está sendo abandonado, enquanto outro mundo se apresenta a minha frente. Não é mais divertido, nem mais colorido ou intenso. Mas é um mundo novo, que traz consigo novas experiências e novas aventuras. É uma nova vida. De certa forma é como se eu estivesse enfim me aproximando da vida que escolhi pra mim, como se o ensino fosse um meio para se chegar à um fim. Na verdade não é. Esses seis anos não foram uma ponte para chegar ao destino. Foram sim mais um trecho da caminhada da vida. E o quanto esse trecho foi perfeito, único e inesquecível, é impossível descrever. No peito, a saudade já invade, a nostalgia toma conta e a tristeza prevalece. Só resta, hoje, aceitar que está chegando ao fim, afinal, logo vem um novo começo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vida

Só tenho tempo pras manchetes no metrô
E o que acontece na novela
Alguém me conta no corredor
Escolho os filmes que eu não vejo no elevador
Pelas estrelas que eu encontro
Na crítica do leitor

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Paixão

Amor é um sentimento transcendental, alimenta a alma, traz paz interior. Quando se ama existe troca. Não existe necessidade, furor, paixão. O amor é sábio, comedido, afetuoso. Aquele que ama se sente completo com a presença do ser amado, mas sabe que a felicidade independe de outrem. Quem ama vive sem, e vive bem. Até amar novamente outro rosto, e entregar-se novamente à tão nobre sentimento.

Já quem tem paixão, é viciado. Não vive e nem se imagina sem. Atrela sua felicidade a existência de terceiro. Quem tem paixão sabe que de nada adianta viver longe de seu affair. A vida perde a graça, a cor, e alegria. Aquele que tem paixão é capaz de correr o mundo, cortar os pulsos, abster-se de comida, sexo, trabalho, tudo pra ter de volta sua paixão.

Me apaixonei e não sei mais como largar esse vício. E venho aqui declarar toda minha paixão à ele: que sempre me salva das amarguras da rinite, que sempre me faz respirar livremente quando a alergia ataca...
Sorine, meu vício, minha paixão. Sem ti já não sei viver.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pra sempre

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Dias melhores pra sempre

Vivemos esperando... Um futuro de paz, calmaria, amor. Dias que não deixaremos para trás como estamos deixando os dias estressantes de hoje. Dias inesquecíveis, mágicos, únicos. Esperamos ansiosos que venham os dias pelos quais tanto sonhamos.

E continuaremos esperando, e tentando ser melhores.
Sem saber que, na verdade, nunca teremos dias melhores.
Nunca seremos pessoas melhores.
E nunca, jamais, vamos parar de deixar os dias para trás.


E hoje, contabilizo um dia a menos de medicina interna. E, inocente, continuo a esperar os dias melhores.

domingo, 18 de abril de 2010

Caos

Ele me abordou no corredor.
Estava no celular, ouvi ele falando que ia desligar porque queria falar com a 'doutora'.

Me disse que queria ir embora, não entendia porque estava internado.
Ele precisava de cuidados, de remédios, curativos diários. Mas nem eu, nem ninguém, entenderia porque mantê-lo ali.
Sentado há alguns dias numa cadeira, cercado de doentes terminais e tuberculosos.
E os funcionários já não davam conta de fazer seus curativos, de lhe administrar os remédios... Tamanho o número de pacientes que ali se aglomeravam, empilhados em cadeiras.

Uma moça, do lado dele, dizia que iria processar o hospital, afinal ela queria ser internada para tratar seu problema. O que ela não entendia era que ela na verdade ESTAVA internada, aquilo ali era a internação. Nada de macas, quarto hospitalar. Ali era assim, todos em cadeiras, num corredor estreito, até que Deus tivesse piedade e conseguisse algum leito para uma alma cansada...

E ao meu paciente, eu quis dizer: te manda rapaz. Em casa tu estará melhor.
E sobre ir lá fora fumar? Como posso te impedir?
E no dia seguinte conseguimos dar alta para ele.
Para felicidade dele, e para minha paz interior.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ah se eu entendesse...

Eu queria entender, uma só vez, por um só segundo, a razão pela qual os relacionamentos são tão complexos. O que motiva cada pessoa a tomar atitudes impensadas e impulsivas, que ferem e machucam.
Pessoas que se amam, mas que se odeiam. Que se amam, mas sentem raiva e irritação constante. Até que um dia, o amor se confunde com o ódio, e se mistura à raiva e irritação. Até que um dia já não é mais amor. É apenas o suportar a presença, ou nem mais suportar.
E nesse dia, os anos de bom convívio vão pro lixo. São esquecidos, como os feitos de um bom jogador de futebol vão por água abaixo quando ele perde um pênalti em plena final de mundial.
Só fica na lembrança a desgraça, o pênalti perdido, a raiva infinita.
E da convivência, causadora de todo mal, como nos livrar? Como escapar da rotina infeliz, do estresse do dia a dia? Como deixar o amor prevalecer, o carinho e o afeto falarem mais alto? Como deixar a raiva, irritação e o ódio de lado??

Quem me ensina?

segunda-feira, 29 de março de 2010

Perdas e Ganhos.

“Escolher é perder. Ponto.”

Eu li no blog de um amigo, hoje.
Um post de 12 de outubro de 2008.

Em 2008 ele escolheu parar de escrever em seu blog. E foi assim que encerrou sua participação.
E foi assim, também, que perdeu muitas coisas. Perdeu a oportunidade de exercitar a mente, de expor idéias, de conhecer pessoas com pensamento parecido (ou não). Mas ganhou tempo para se dedicar aos estudos, aos amigos, ao que mais for.

Escolher uma coisa é, sempre, perder outra. Não adianta fugir disso.

Quem escolhe se envolver num relacionamento sério, perde a liberdade. Perde a oportunidade de viajar só com os amigos, de fazer novas amizades, de aproveitar coisas que só o solteiro aproveita.
Quem escolhe não ter filhos perde a oportunidade e sentir e viver o 'maior amor do mundo'.

Mas a vida é assim, não podemos fazer tudo e termos múltiplas vidas. A vida é uma só, e nos obriga a tomarmos milhares de decisões. Temos que fazer tantas escolhas... e com elas tantas perdas...

Por isso pensar tanto, pesar pontos positivos e negativos.
Afinal ninguém gosta de se arrepender, mas ás vezes a gente se dá conta: arrepender-se nada mais é do que parar olhar pra trás e ver que aquilo que perdemos também teria sido ótimo. E que não existe só um caminho que desejamos seguir...

E como é difícil aceitar isso.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fuga

De repente, tudo fez sentido para ela. Percebeu que não foi assim, de súbito, que se apaixonara. O sentimento, na verdade, havia começado há muitos anos, mas ela resistira a se entregar.
Acabara deixando de lado o caminho mais torto e complexo. Optou pelo garoto mais belo da escola, pelo rapaz de boas notas na faculdade. Optou por ter alguns affairs eventuais que ela sabia, não passariam de uma noite só. Mas nunca, nunca, voltara a pensar nisso.
E quando se reencontraram, enfim, o sentimento voltou a tona. Ela percebeu, então, que de nada adiantara ter resistido todo aquele tempo. Percebeu que seu destino está alheio a seu desejo. E viu que já não tem porque resistir àquele sentimento se, para isso, precisa deixar a felicidade plena de lado.
Afinal de contas ela gosta de tudo completo e por inteiro. Odeia coisas pela pela metade.
E dessa vez ela sabia: não tinha mais saída.
Tomou uma garrafa de cerveja, pensou nas palavras mais exatas, acendeu um incenso e ouviu Teatro Mágico.
E decidiu por um fim àquele drama.
O msn, como sempre, sua arma:

- Vem aqui, passar a noite a meu lado....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Errante

Se pudesse escolher escolhia
Sem pensar duas vezes
Que hoje fosse ontem
Pra enfim acertar sem errar
Que hoje fosse amanhã
Pra conseguir esquecer tantos erros
Ou então que hoje eu sumisse pra sempre
Pra esquecerem por 1 segundo dos meus erros
Pra glorificarem meus feitos
E pra me amarem pelo meu jeito



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dor é rotina

A dor da alma, rotina
Miscelânea de sentimento
Que fere a ferida noite e dia
Que mata a vida, a alegria


A dor da alma, dia a dia
Confusão de sentimento
Que fere a vida, a alegria
Traz e estraga a rotina

A dor da alma, sentimento
Confusão na rotina
Estraga a vida, a alegria
Fere a ferida do dia a dia

O anjo mais velho

Decidi perder os vícios
E largar os medos
Transformar o cinza, triste
Na tristeza mais verdadeira
E a ressaca da boca amargurada
A ressaca da noite mal dormida
A embriaguez da alegria inventada
Consumida
Nunca mais, nunca mais...



"Os olhos mentem dia e noite a dor da gente..."

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ana e o mar.


Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?

Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim.

É a mais pura verdade, e mais eterna tristeza.

A tristeza de domingo, quando o Sol vei embora e só fica a lembrança de que mais uma semana se inicia.
A tristeza do último dia de férias, quando nem a saudade dos amigos nos faz querer retornar àquela rotina insossa.
E a tristeza da terça de carnaval.

Quando a gente relembra tudo de bom, de inusitado e divertido que aconteceu naquele feriado, e percebe que chegou ao fim. Acabou.
E agora só sabe se lá quando... Talvez nunca mais, talvez na páscoa.
E mesmo que se repita, nunca vai ser igual. Esse feriado já era.

E a gente percebe que a vida nada mais é que um ciclo de dias úteis e de carnavais.
De momentos de alegria e de tristeza.
De festas e viagens, e de estudos e trabalho.
E no final das contas, nada melhor do que ser assim mesmo.
Se os carnavais, afinal, virassem a rotina, nós passaríamos a sonhar, dia e noite, com os dias úteis.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu jogo?

Vontade de jogar.
Não, não quero jogar bola, truco ou cartas de tarot.
Eu quero é jogar tudo pro alto.
Jogar a sorte no vento, e torcer pra que ele traga ela de volta.
Quero jogar fora a tristeza e torcer pra que sem ela, quem sabe, ressurja alegria.
Jogar no lixo a inquietude, a agitação, a necessidade de mudar.
Quero que vá embora a insatisfação, o tédio, a insensatez.
Quero me livrar de tanto pensamento, de tanta ira, tanto sonho.


E, de uma vez por todas, parar de sonhar com uma vida que nunca vai existir.
Um futuro que nunca chegará.
Um amanhã feito de chocolate e doce de leite.
Até porque amanhã nada mais é que o reflexo do hoje.
E de que adianta sonhar tanto se jogar fora tudo que incomoda...


...é fácil falar. Mas impossível fazer.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Domingo

Se inspiração varia conforme o dia
Hoje, no dia do ócio
Eu penso nos livros, de quem não me aproximo
Mas deixo de lado porque a minha mente
Só faz pensar em putaria
E se me apaixonei por um alguém
E o carnaval chegando, e eu sem dinheiro
E o fim do ano, com ele o diploma
E mais umonte de problema
Largo tudo de lado
Quero esquecer àquela noite
A paixão, a loucura e o trago
E me dedicar, de uma vez
Ao medcurso tão amado.


A universidade

É isso que vejo, a cada dia, no meu meio.
E tento entender a sociedade, mas simplesmente não entendo.


"Estamos, assim, diante de uma universidade que produz intelectuais sem compromisso ético e social; intelectuais desresponsabilizados diante da realidade social que os cerca, cuja vinculação com o mundo real se dá pelos interesses econômicos e políticos individuais e corporativos. São especialistas voltados para os seus respectivos “feudos”, à cata de financiamentos e recursos materiais que lhes proporcionem status, conforto e as condições para uma boa vida. Não importam as fontes dos recursos e nem as finalidades sociais do conhecimento produzido, mas sim conseguí-los. Muitas vezes, tais práticas são encobertas pela retórica do “público”. “Em nome do “serviço à comunidade”, a intelectualidade se tornou cúmplice do genocídio, espionagem, engano e todo tipo de corrupção dominante, quando domina a “razão de Estado” em detrimento do povo”, enfatizou Tragtenberg. (Id., p.14-15).


A necessidade de “pontuar” transforma a vida acadêmica numa espécie de contabilidade, na qual tudo o que fazemos é quantificado. Portanto, torna-se mais importante somar pontos do que a atividade em si. Publicar um artigo passa a ser muito mais uma necessidade administrativa, na medida em que vale “x” pontos para subir na carreira. A produtividade pressupõe quantidade. Assim, não importa se tem qualidade, a tiragem e onde foi publicado, menos ainda se será lido, mas sim se quem publicou tem os requisitos exigidos para que seja pontuado. Este tipo de pressão favorece práticas nada condizentes com o que se espera de um ponto de vista ético.


Mas é possível resistir. Há imperativos que não temos como fugir, mas também não precisamos vender a alma àquele cujo nome não deve ser pronunciado. Em outras palavras, nos limites estabelecidos ainda somos senhores das nossas ações. Publicar a qualquer preço, render-se ao “produtivismo” e utilizar-se do vale tudo para “enriquecer o Lattes”, pode até gerar resultados que impressionem e nos deixem bem “qualificados” para disputar editais e outras coisas, mas certamente não é ético. A verdade é que as exigências éticas que fazemos aos outros (por exemplo, aos políticos) nem sempre são lembradas quando se trata dos nossos interesses particulares (ainda que travestidos de “interesse público”). Um dos maiores desafios que temos enquanto ser (es) humano (s) é conseguir manter a coerência entre o discurso e a prática. Nenhum de nós está livre de cair em contradição."