quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como uma onda no mar

Que doidera. Na vida a gente tem certeza de muitas coisas. Ou acha que tem certeza.
De repente vem uma onda gigante (sim, um tsunami!) e muda tudo de lugar. Fica aquela sensação de... ué por tanto tempo acreditei naquilo e agora descubro que não é mais verdade?

Pois é, amei um rapaz por 4 anos e um dia me dei conta que não queria mais.
Quis arquitetura e sonhei em estilizar casas... acabei médica.
Comprei um violão e uma guitarra e achei que meu lazer seria sempre a música: vi que tocar instrumentos definitivamente não é pra mim.
E eu acreditei por tanto tempo que tinha certeza do que eu gostava, de aonde queria estar, fazendo que tipo de coisas... e acreditar que eu tinha certeza do que queria me consolava e me deixava tão bem comigo mesma.

No fundo eu estava me enganando. Um dia acordei desse sonho inventado e descobri a verdade:
Não gosto disso ou daquilo. Nem quero estar aqui ou lá.
Gosto somente de viver e ser feliz. Seja aonde for, com quem for.
E ser cada vez mais e mais feliz.
E às mudanças... agora sim, espero sempre de braços abertos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tempo na minha cabeça

O tempo insiste em não passar. Que estranho. Há tão poucos dias entrei pela primeira vez em uma sala de aula cheia de microscópios. Estava atrasada, como sempre, e não consegui assimilar uma palavra sequer que aquela linda e novata professora de microbiologia proferia, com seu sotaque pra lá de americanizado.

E como se realmente fosse ontem, eu lembro de tudo. Do medo – e que medo. Medo do inglês, das provas, de não me adaptar, de me perder ou mesmo de perder a oportunidade.

Mas o tempo passou. Lutei contra os medos e os venci, um a um. Deixei para trás a angústia, as dúvidas e a insegurança, e a cada dia descobri uma nova paixão, um novo sonho. E o tempo voou.

E agora, de repente, o tempo volta a se arrastar. Já sei, é ele de novo: o medo. E como eu queria ter facilidade para lidar com tantas perdas de uma vez só, tanta insegurança e tanto medo.

Mas dessa vez, apesar das dúvidas e conflitos inerentes a esse processo, sei que é diferente. Eu estou preparada. Se sinto saudade: é só nostalgia. Não quero voltar ao passado, quero viver o futuro. E pra isso, hoje, tudo que quero é que o tempo volte a passar depressa e me surpreenda, novamente, com alegrias e realizações.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não sou eu quem me navega

Se a gente tivesse o poder de dominar os sentimentos, será que a vida teria graça?
A gente escolhe com quem se relaciona, aonde gostamos de ir, que amizades cultivamos etc. Ou será que na verdade são apenas consequências daquilo que acreditamos, e da forma que vivemos?
Eu não consigo mandar na minha vida, é estranho mas ela que manda em mim. Eu penso coisas que, ás vezes, nem gostaria de pensar.
Ansiosa, amante, sonhadora. Irritada, cansada, triste. Tantas coisas que passam pela cabeça diariamente, algumas vezes me dão força, outras me fazem hesitar.
O pior é que acho que nada teria graça se eu conseguisse mandar na minha vida e nos meus pensamentos. Não me apaixonaria pelas pessoas improváveis, não trocaria uma noite de estudos por uma aventura no beira rio, e não sonharia acordada com um futuro que nem sei como será. Pode até parecer bom, mas não é. A alegria da vida é viver, e meu modo de viver é assim, deixando o mar me navegar.

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Linda, com seus cabelos demodê e seu vestido retrô. Ansiosa, taquilálica, divertida, entusiasmada. Ela pára, fala com um qualquer que está passando, pede desconto. E vai atrás de mais uma cerveja. Pedir fogo pro motorista do carro ao lado, enquanto para na sinaleira, pode parecer estranho. Pra ela não é. Ela é assim. Sua magia encanta, sua alegria contagia, sua beleza apaixona. Por esses, por mais mil motivos, faz meu coração bater mais forte e me deixa sem palavras. E quando volto, sempre quero mais. Muito, muito mais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vida

Acordo desorientada. Não, eu não dormi, penso. Na verdade só pisquei. Lembro de relance de acordar no meio da noite com os gritos do vizinho, mas nem lembro o que motivou a briga. Tomo leite e como pão integral com requeijão. Enquanto olho os emails boto a água pra ferver e tomo uma ritalina. Penso se um cigarro ia melhorar a situação, não sei. Eu sei que queria voltar pra cama e dormir mais 2h. Mas tento e não consigo. São 9 horas, eu preciso estudar, penso de novo. E pra não acabar surtando ou enlouquecendo resolvo parara de pensar. Fecho o pc, pego o café, abro a janela. E que venha mais 5 semanas de estudo. Se vou passar não sei, mas sei que ficarei com a sensação de missão cumprida.