segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Medo

Comecei a ler a coluna dominical do Paulo Sant'ana. Como de costume, nem cheguei a terminar. Ele falava do medo que sente diariamente na hora de dormir. Que eventualmente perde o sono por causa de tal sentimento e que gostaria que, compreendendo a inexorável importância do medo pra perpetuação da espécie, tal agonia viesse visitá-lo em frequencia esporádica, e não rotineiramente como de costume. E por um acaso do destino me vejo assim: 1 e meia da manha. Já deveria estar dormindo, me preparando pra mais um dia comum de serviço amanhã. Mas não é: é o primeiro dia de uma responsabilidade que resolvi assumir. Não sentir medo seria quase uma afronta à realidade tão difícil e complexa. Eu sei, é natural e totalmente compreensível o que estou sentindo. Mas não deixa de me fazer sentir triste, agoniada e aniosa.
Eu só não queria era perder o sono por causa desse sentimento chamado medo...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Limpei

De tempos em tempos precisamos parar tudo que estamos fazendo para fazer uma arrumação. Doar roupas que não usamos mais e o pior, jogar fora papéis velhos que, no meu caso em especial, tem mania de se acumular por todos os lados. E como eu me apego a tudo que me pertenceu, costumo deixar essas arrumações sempre pra amanhã. Não tenho a mínima vontade de jogar fora o meu passado. E assim, sempre deixando para amanhã, empurrando os papéis (em pilhas) para dentro de armários, para o canto do quarto, para onde quer que haja um espacinho, esperei 6 anos para criar coragem e simplesmente jogar tudo fora. Sim, a alegria do papeleiro. Hoje é um o diao de desfazer-se daqueles sonhos que ficaram lá atrás. Resumos de anatomia, livro de neurociência, pastas da Unimed, da Roche e de mais trocentas industrias farmacêuticas. Lembranças de congresso em que me sentia tonga porque tinha um lacre de “Não prescritora” no crachá, e que corria atrás dos promotores para ganhar algum livro besta que nunca iria ler. Lembranças de aulas que pouco entendia, mas anotava tudo com a idéia de que um dia voltaria a ler. Lembrança de um curso integral, que me tomou todo o tempo, e que me fez sempre muito feliz.

Em momentos também tive que jogar fora lembranças de amores passados, cartas, rescunhos, poemas, recordações. Desenhos rabiscados, anotações idiotas. Tudo, tudo fora.

E com a casa limpa, sem mais papeleira amontoada juntando pó e trazendo o passado à tona, sei que posso seguir adiante. Num outro canto, não mais à sombra do passado. Só quero o futuro.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Like 06

Entrar no msn e procurar, incessantemente, a presença dele me remete há 2006. Quatro anos se passaram e um simples erro pode ter feito com que o tempo voltasse atrás. Se um dia a dor e o sofrimento se repetirem, então, não haverá outro culpado além de eu mesma. Cada um escolhe o peso que consegue carregar nas costas e eu decidi, certa vez, que não traria mais essa dor comigo. Mas naquela noite, regada a cerveja e música eletrônica, cercada por gays insanos, me rendi mais uma vez à minha paixão. E triste queria esquecer, de uma vez por todas, que tal noite existiu.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

On the road...

"Gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Assim é a noite e é isso que ela faz com você, eu não tinha nada a oferecer a ninguém, a não ser minha própria confusão."

(In)Sensatez

A emoção que sente uma menina de 14 ao festear com uma grande amiga, ao fumar o primeiro cigarro, ao se apaixonar, definitivamente não é a mesma emoção que sente a mulher de 24. O tempo faz com que as coisas tornem-se banais, as emoções torma-se maduras e o sentimento, bem mais sensato. Apaixonar-se: pelo cara certo. Levar um pé: nada de mais. Cigarro: só mais um. Festa: só mais uma. Talvez seja porque aos 24 aquilo que faz com que a gente pire são coisas totalmente diferentes. O primeiro emprego, primeiro salário, concluir a faculdade, entrar no mestrado, fazer amizades verdadeiras, ajudar alguém que esteja precisando. Isso emociona muito mais do que aquelas futilidades que emocionavam a pré-adolescente. E hoje não mais adolescente, mais ainda jovem. Trago em mim muitos sonhos, mas nem tanta emoção.