A culpa é proporcional a pressão.
Quanto mais nos pressionam e nos obrigam a sermos belas, saradas, magras e bem cuidadas, mais a gente sente mal estar por termos gazeado a academia, por comermos aquele pedaço de torta de chocolate ou por deixarmos as unhas para depois de amanhã.
Quanto mais a sociedade nos obriga a sermos produtivas, inteligentes, atualizadas, mais a gente se cobra e se sente mal por não estudarmos tanto quanto poderíamos, não nos dedicarmos ao trabalho, estudo, tanto quanto deveríamos.
Afinal, fica a pergunta se a culpa é proporcional às cobranças.
Será que é por causa da culpa que malhamos, que fechamos a boca, que estudamos ou trabalhamos direito?
E é certo?
Não seria melhor se a gente se dedicasse aos esportes porque praticá-los é prazeroso?
Se estudássemos porque gostamos de absorver conhecimento?
Se trabalhássemos mais porque compreendemos que a nossa produtividade poderá levar a sociedade a avançar?
Será que isso nada tem a ver com os altos índices de depressão que permeiam nossa sociedade? Ou com o fato da síndrome de burnout ser a terceira maior causa de afastamento de trabalho no ano de 2009?
Esse é o mundo que queremos?
Podemos fazer algo para mudá-lo? Melhorá-lo?
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