terça-feira, 9 de novembro de 2010

Homem primata

A culpa é proporcional a pressão.

Quanto mais nos pressionam e nos obrigam a sermos belas, saradas, magras e bem cuidadas, mais a gente sente mal estar por termos gazeado a academia, por comermos aquele pedaço de torta de chocolate ou por deixarmos as unhas para depois de amanhã.

Quanto mais a sociedade nos obriga a sermos produtivas, inteligentes, atualizadas, mais a gente se cobra e se sente mal por não estudarmos tanto quanto poderíamos, não nos dedicarmos ao trabalho, estudo, tanto quanto deveríamos.

Afinal, fica a pergunta se a culpa é proporcional às cobranças.

Será que é por causa da culpa que malhamos, que fechamos a boca, que estudamos ou trabalhamos direito?

E é certo?

Não seria melhor se a gente se dedicasse aos esportes porque praticá-los é prazeroso?

Se estudássemos porque gostamos de absorver conhecimento?

Se trabalhássemos mais porque compreendemos que a nossa produtividade poderá levar a sociedade a avançar?

Será que isso nada tem a ver com os altos índices de depressão que permeiam nossa sociedade? Ou com o fato da síndrome de burnout ser a terceira maior causa de afastamento de trabalho no ano de 2009?

Esse é o mundo que queremos?

Podemos fazer algo para mudá-lo? Melhorá-lo?

Ou, como sempre, vamos baixar a cabeça e nos adequar a essa sociedade egoísta, individualista e selvagem?

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