domingo, 29 de novembro de 2009

Lá por 2008...

Tava atendendo mais uma grávida e o celular tocou. Sempre ele. A mais linda, a mais divertida, queria que eu fosse com ela na faculdade pegar uns papéis pra sua transferência pro Rio. Hum, que saco. Vou junto, eu sempre vou quando ela chama. E vou porque sei que não será monótono. Aliás, essa é ÚNICA certeza que sempre tenho quando saio com ela. E foi no botecão da frente da universidade que começou nossa jornada em busca das piores cervejas. E foi posto, foi bar, foi uma, duas, cinco, dez garrafas. Cigarros. E tudo mais. Pôr do sol. Antigas histórias que ainda não tinha contado... Histórias bizarras de paixão platônica por gays enrustidos, e formas totalmente absurdas de se descobrir isso. História do fim do namoro, aquele há anos. História dos novos casos, desaventuras e aventuras. O carnaval, a psiquiatria, a família. Acabamos a noite num botecão, que até lembrava o mesmo aonde tudo começou. Vieram uns guris, beijos e beijos. Do resto só lembro de chegar em casa viva, completamente embriagada. Bêbada de álcool, de vida e de felicidade.

sábado, 28 de novembro de 2009

Diferente de quem?

Ser diferente
Pensar diferente
Agir diferente

O diferente atrai, chama atenção, interessa. Eu, rebelde por natureza, criei com o tempo uma atração fatal pelo considerado diferente. O alternativo. Desse sentimento veio uma relação de amor e ódio, conflituosa e complexa.
Afinal de contas, aos 15 anos eu pintei o cabelo de rosa porque realmente achava bonito ou porque precisava me afirmar como diferente daquilo que eu repugnava, ao mesmo tempo que me inseria num novo grupo social?
É complexo, como falei.
Independente da causa, ser diferente não é fácil. A todo tempo a gente acaba tendo que explicar o porquê de algumas escolhas ou atitudes.
Afinal de contas, porque durante 4 anos da faculdade eu nunca fui em festa da medicina??
Porque eu uso all star?? Eu sou roqueirona?
Porque eu não quero ter filhos?
Porque eu não estou nem aí pra constituir família, não acredito em fidelidade, não me importo com Natal e outras datas capitalistas?
O diferente atrai. E é por isso que já perdi tantas horas explicando como são as festas do 'underground' que já tanto freqüentei. Como é o submundo que poucos conhecem, o mundo do hedonismo onde gays e heteros se misturam, onde a música ensurdece e o álcool faz qualquer um perder a cabeça.
E é por isso que acho que, se não mudar de idéia, ainda vou ter que explicar pra muitas pessoas como eu posso decidir não querer ter filhos. Optar por não ser mãe.
Mas de certa forma já me acostumei com tudo isso. Eu sempre me senti absurdamente diferente das minhas amigas de colégio. E na faculdade não é diferente.
Mas existe, sim, um grupo de pessoas com quem me identifico. Pessoas que me fazem ver que não somos todos iguais, que cada um tem seus defeitos, qualidades, e não é porque uma pessoa não pensa da mesma forma que eu, que terei menor afinidade ou empatia por ela.
Minhas amigas... Eu sei que elas estarão sempre do meu lado, e que compreenderão todos meus motivos sem fazer mil perguntas quando eu fizer alguma escolha pouco tradicional.
Afinal, elas me entendem mais do que eu mesma posso me entender.
E é por isso que não deixo de lado minha forma única de ver e viver o mundo: Minhas roupas nem sempre arrumadas, minha atração pelo underground e meu desejo de não gestar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Caos

Se fosse possível descrever o que acontece com uma cidade quando um furacão passa, o que você diria?
Devastação. Essa é a palavra que me vem em mente agora. Tudo muda de lugar, tudo fica bagunçado, fora de ordem... um caos.

E como alguns sabem (ou não) parece que um furacão passou pelo Sul do país. Chuvas sem fim, cidades alagadas, falta de energia e todo o resto.
Mas não foi só o tempo que andou maluco nos últimos tempos. Parece que na minha vida, também, passou um furacão. Não, não estou devastada. Ainda restaram algumas árvores de pé... hehe.


Eu só sei que, de repente, tudo mudou de lugar. E ficou um caos.
Se fosse novela, os 50 minutos não seriam suficientes pra tanta emoção. Se fosse livro, ia virar uma trilogia (no mínimo).


E parece que 2009 chega ao fim da mesma forma que começou. Um ano de insanidades e loucuras, de emoções à flor da pele, de grades amizades vindo a tona. Um ano de incertezas sem fim. Mas o ano que enfim decidi (ou re-decidi) o que queria da vida. Um ano em que jurei pra mim mesma mil vezes que largaria a vida boemia. Mas que 1001 vezes voltei atrás e me entreguei aos prazeres mundanos. O ano da primeira vez que fui pra faca. O ano em que aprendi o que é fazer plantão dia sim e dia também. O ano que me senti mulher pela primeira vez, e que vi que ainda não sei usufruir disso direito. O ano em que me apaixonei e me apaixonei e me apaixonei e desapaixonei mais 15 milhões de vezes, e que na maioria dos segundos dei graças a deus por nenhuma paixão ter sido correspondida. Foi o ano que, enfim, me perdi várias vezes. Mas, também, foi um ano de encontros e escolhas. E, arrependida ou não, é um ano que deixa histórias mil. O ano do furacão, do caos. Não sei o que 2010 me aguarda, mas, sinceramente, duvido que seja um ano tão cheio de emoções. Mas, só acredito, vendo.