sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fuga

De repente, tudo fez sentido para ela. Percebeu que não foi assim, de súbito, que se apaixonara. O sentimento, na verdade, havia começado há muitos anos, mas ela resistira a se entregar.
Acabara deixando de lado o caminho mais torto e complexo. Optou pelo garoto mais belo da escola, pelo rapaz de boas notas na faculdade. Optou por ter alguns affairs eventuais que ela sabia, não passariam de uma noite só. Mas nunca, nunca, voltara a pensar nisso.
E quando se reencontraram, enfim, o sentimento voltou a tona. Ela percebeu, então, que de nada adiantara ter resistido todo aquele tempo. Percebeu que seu destino está alheio a seu desejo. E viu que já não tem porque resistir àquele sentimento se, para isso, precisa deixar a felicidade plena de lado.
Afinal de contas ela gosta de tudo completo e por inteiro. Odeia coisas pela pela metade.
E dessa vez ela sabia: não tinha mais saída.
Tomou uma garrafa de cerveja, pensou nas palavras mais exatas, acendeu um incenso e ouviu Teatro Mágico.
E decidiu por um fim àquele drama.
O msn, como sempre, sua arma:

- Vem aqui, passar a noite a meu lado....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Errante

Se pudesse escolher escolhia
Sem pensar duas vezes
Que hoje fosse ontem
Pra enfim acertar sem errar
Que hoje fosse amanhã
Pra conseguir esquecer tantos erros
Ou então que hoje eu sumisse pra sempre
Pra esquecerem por 1 segundo dos meus erros
Pra glorificarem meus feitos
E pra me amarem pelo meu jeito



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dor é rotina

A dor da alma, rotina
Miscelânea de sentimento
Que fere a ferida noite e dia
Que mata a vida, a alegria


A dor da alma, dia a dia
Confusão de sentimento
Que fere a vida, a alegria
Traz e estraga a rotina

A dor da alma, sentimento
Confusão na rotina
Estraga a vida, a alegria
Fere a ferida do dia a dia

O anjo mais velho

Decidi perder os vícios
E largar os medos
Transformar o cinza, triste
Na tristeza mais verdadeira
E a ressaca da boca amargurada
A ressaca da noite mal dormida
A embriaguez da alegria inventada
Consumida
Nunca mais, nunca mais...



"Os olhos mentem dia e noite a dor da gente..."

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ana e o mar.


Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?

Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim.

É a mais pura verdade, e mais eterna tristeza.

A tristeza de domingo, quando o Sol vei embora e só fica a lembrança de que mais uma semana se inicia.
A tristeza do último dia de férias, quando nem a saudade dos amigos nos faz querer retornar àquela rotina insossa.
E a tristeza da terça de carnaval.

Quando a gente relembra tudo de bom, de inusitado e divertido que aconteceu naquele feriado, e percebe que chegou ao fim. Acabou.
E agora só sabe se lá quando... Talvez nunca mais, talvez na páscoa.
E mesmo que se repita, nunca vai ser igual. Esse feriado já era.

E a gente percebe que a vida nada mais é que um ciclo de dias úteis e de carnavais.
De momentos de alegria e de tristeza.
De festas e viagens, e de estudos e trabalho.
E no final das contas, nada melhor do que ser assim mesmo.
Se os carnavais, afinal, virassem a rotina, nós passaríamos a sonhar, dia e noite, com os dias úteis.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu jogo?

Vontade de jogar.
Não, não quero jogar bola, truco ou cartas de tarot.
Eu quero é jogar tudo pro alto.
Jogar a sorte no vento, e torcer pra que ele traga ela de volta.
Quero jogar fora a tristeza e torcer pra que sem ela, quem sabe, ressurja alegria.
Jogar no lixo a inquietude, a agitação, a necessidade de mudar.
Quero que vá embora a insatisfação, o tédio, a insensatez.
Quero me livrar de tanto pensamento, de tanta ira, tanto sonho.


E, de uma vez por todas, parar de sonhar com uma vida que nunca vai existir.
Um futuro que nunca chegará.
Um amanhã feito de chocolate e doce de leite.
Até porque amanhã nada mais é que o reflexo do hoje.
E de que adianta sonhar tanto se jogar fora tudo que incomoda...


...é fácil falar. Mas impossível fazer.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Domingo

Se inspiração varia conforme o dia
Hoje, no dia do ócio
Eu penso nos livros, de quem não me aproximo
Mas deixo de lado porque a minha mente
Só faz pensar em putaria
E se me apaixonei por um alguém
E o carnaval chegando, e eu sem dinheiro
E o fim do ano, com ele o diploma
E mais umonte de problema
Largo tudo de lado
Quero esquecer àquela noite
A paixão, a loucura e o trago
E me dedicar, de uma vez
Ao medcurso tão amado.


A universidade

É isso que vejo, a cada dia, no meu meio.
E tento entender a sociedade, mas simplesmente não entendo.


"Estamos, assim, diante de uma universidade que produz intelectuais sem compromisso ético e social; intelectuais desresponsabilizados diante da realidade social que os cerca, cuja vinculação com o mundo real se dá pelos interesses econômicos e políticos individuais e corporativos. São especialistas voltados para os seus respectivos “feudos”, à cata de financiamentos e recursos materiais que lhes proporcionem status, conforto e as condições para uma boa vida. Não importam as fontes dos recursos e nem as finalidades sociais do conhecimento produzido, mas sim conseguí-los. Muitas vezes, tais práticas são encobertas pela retórica do “público”. “Em nome do “serviço à comunidade”, a intelectualidade se tornou cúmplice do genocídio, espionagem, engano e todo tipo de corrupção dominante, quando domina a “razão de Estado” em detrimento do povo”, enfatizou Tragtenberg. (Id., p.14-15).


A necessidade de “pontuar” transforma a vida acadêmica numa espécie de contabilidade, na qual tudo o que fazemos é quantificado. Portanto, torna-se mais importante somar pontos do que a atividade em si. Publicar um artigo passa a ser muito mais uma necessidade administrativa, na medida em que vale “x” pontos para subir na carreira. A produtividade pressupõe quantidade. Assim, não importa se tem qualidade, a tiragem e onde foi publicado, menos ainda se será lido, mas sim se quem publicou tem os requisitos exigidos para que seja pontuado. Este tipo de pressão favorece práticas nada condizentes com o que se espera de um ponto de vista ético.


Mas é possível resistir. Há imperativos que não temos como fugir, mas também não precisamos vender a alma àquele cujo nome não deve ser pronunciado. Em outras palavras, nos limites estabelecidos ainda somos senhores das nossas ações. Publicar a qualquer preço, render-se ao “produtivismo” e utilizar-se do vale tudo para “enriquecer o Lattes”, pode até gerar resultados que impressionem e nos deixem bem “qualificados” para disputar editais e outras coisas, mas certamente não é ético. A verdade é que as exigências éticas que fazemos aos outros (por exemplo, aos políticos) nem sempre são lembradas quando se trata dos nossos interesses particulares (ainda que travestidos de “interesse público”). Um dos maiores desafios que temos enquanto ser (es) humano (s) é conseguir manter a coerência entre o discurso e a prática. Nenhum de nós está livre de cair em contradição."




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um mundo de possibilidades.

Viajar é transformar. É estar longe de tudo, todos, dos medos, das preocupações.
Das contas atrasadas, do chefe mal humorado, do horário apertado.
Incrível define as viagens que faço, as pessoas que conheço, os momentos que vivo.
Não, nunca teria vivido aqueles momentos únicos aqui em Porto Alegre.

Porque? Não sei... Mas viajar liberta a alma, traz à tona a nossa essência, o desejo de união, de fraternidade.
Desejo de conhecer novos lugares, pessoas, culturas.
A liberdade do espírito.
E é por isso que amo tanto pegar a estrada, pegar os céus, e me enfiar num alojamento qualquer, com conhecidos ou não. E pegar carona, perguntar 10x como chegar a certo lugar, e tirar fotos toscas de manias bizarras de um povo totalmente diferente...
É por isso, enfim, que não gasto um puto com roupa, sapato, bolsa, ou outra futilidade que o valha.
É por isso que tenho sempre uma prioridade.
Viajar para libertar, para conhecer, e para aprender a viver.


O Inferno.

Ah como eu queria entedê-la
Ela, que tanto amo
Quando esfria, gela os dentes, os dedos
Faz tremer o corpo todo
E à Deus peço arrego
Quanta esquenta, o suor pinga a roupa
E à Ele peço perdão pelos pecados
Que me livre desse inferno que queima a alma
E agora, quem me explica
Como que pode, o Porto mais belo
Ser assim, incompreensívelmente Alegre